"Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata." Clarice Lispector
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10/05/2012
Ana Amália defendeu tese sobre trabalho com crianças com paralisia. Ela ficou sem movimentos após ter um AVC há 10 anos.
Uma mulher que praticamente só mexe os olhos e a boca tornou-se nesta quarta-feira (9) doutora pela Universidade de São Paulo (USP). Ela produziu sua tese de doutorado em arte e educação utilizando apenas os olhos e pequenos movimentos do queixo – únicas formas pelas quais ela consegue se expressar.
Ana Amália perdeu os movimentos há dez anos. Ela se preparava para defender seu mestrado quando teve um acidente vascular cerebral (AVC) e perdeu quase todos os movimentos do corpo, ficou muda e impossibilitada de mastigar e engolir. Desde então, se comunica por meio de um programa de computador.
Para uma banca examinadora emocionada, Ana apresentou seu trabalho de três anos com crianças com paralisia cerebral. Ela levou um ano para escrever as 185 páginas da tese.
“Para mim, significa ela ter deixado de ser vítima para conduzir a própria vida. Isso é importantíssimo para os deficientes, não se conformarem em ser vítimas, não ter pena, mas potencializarem o que restou”, disse Ana Barbosa, mãe de Ana Amália.
A própria doutoranda brincou com a dificuldade em responder às perguntas da banca, e após três horas, teve sua tese aprovada.
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