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02/03/2011
Lorena Koenig - Race running - Petra
Triciclo revoluciona a vida de para-atleta
Petra, engenhoca sem pedais para corridas em pista, coloca curitibana entre as principais competidoras do mundo em provas de velocidade
Publicado em 07/11/2010 | Adriana Brum
http://www.gazetadopovo.com.br/esportes/conteudo.phtml?id=1065278
O jamaicano Usain Bolt precisa, com desatenção, de menos de 10 segundos para completar os 100 metros rasos. A curitibana Lorena Koenig, 27 anos, faz a mesma distância cinco vezes mais devagar. Ainda assim, os 54 segundos gastos para correr a distância foram o suficiente para colocá-la no pódio de um campeonato mundial. E transformá-la em modelo.
Ela é atleta de petra, uma modalidade desenvolvida para que portadores de paralisia cerebral sintam o mesmo prazer do homem mais rápido do mundo em atravessar a linha de chegada.
No Paraná, Lorena é ainda a única praticante do esporte – também chamado de race running, ainda pouco conhecido no Brasil.
Além de Curitiba, só Rio de Janeiro (RJ) e Campo Grande (MS) têm atletas na especialidade, que oferece melhora da qualidade de vida para pessoas com deficiências mentais em diferentes graus. No Campeonato Mundial disputado em julho na Dinamarca, a curitibana foi a única representante do Brasil e a única não europeia. Conquistou a medalha de prata nos 40 e 60 metros, e bronze nos 100 metros.
O esporte consiste em uma corrida em que o para-atleta se apoia sobre uma espécie de triciclo sem pedais – a petra – com um suporte para o peito que garante a segurança e o equilíbrio do corredor, minimizando suas limitações.
Tal ferramenta foi criada por Mansoor Siddiqi, um ex-competidor para provas com cadeirantes, em 1989. Ele queria uma modalidade que exigisse mais de sua musculatura e que pudesse se locomover de frente para o final do trajeto (até então, a corrida era em uma espécie de cadeira de rodas em que ficava de costas).
No Brasil, a modalidade chegou nos primeiros anos desta década. No Paraná, há dois anos o esporte foi apresentado a técnicos de modalidades para-atletas em um curso de arbitragem de futebol de 7.
A treinadora da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná, Maria de Fátima Sípoli, gostou da novidade e decidiu investir no esporte. Faltava o atleta. E faltava a petra.
Encontrou em Lorena, que joga bocha há três anos, o biótipo e a força de vontade necessária. Osni, pai da garota, encontrou a disposição que não encontrou em investidores para adquirir o equipamento, que custa entre R$ 2 e R$ 3 mil.
Sem condições de comprá-lo, o pai de Lorena pegou um modelo emprestado de atletas cariocas. Comprou ferragens e mandou fazer uma igual. Ou quase.
“Os primeiros treinos eram muito cansativos. Ficava sem ar, doía muito ficar no selim e, às vezes, eu me machucava” diz Lorena sobre período de adaptação, há seis meses, quando começou a se exercitar na petra. A paralisia afetou apenas as funções motoras do corpo da jovem.
Além das dores musculares, causadas pelo uso de grupos de músculos antes não tão exigidos, havia dias em que um parafuso roçava sua pele, ferindo-a. Pouco a pouco, os ajustes na petra construída em Curitiba foram feitos, enquanto Lorena se apaixonava pelo novo esporte. “É muito forte a sensação de liberdade em passar a linha de chegada”, conta a moça.
Ela faz questão de agradecer não só a atenção dos pais – que a acompanham nos treinos de bocha, petra e hidroterapia – mas também a técnica Maria de Fátima. “Ela não conta, mas foi quem bancou parte da minha viagem para a Dinamarca”, fala. A passagem foi paga por um patrocinador, a corretora de seguros Bergus.
A mãe, Maria Cacilda, diz que, mais do que as medalhas, festeja a dedicação da filha aos treinos e a independência que Lorena ganhou. “Ela ficou mais autônoma. Com a petra, viajou sem a família para a Dinamarca, teve o contato com para-atletas do mundo todo. Voltou muito mais confiante”, avalia.
Lorena, que é formada em pedagogia e pós-graduada em psico-neurologia, espera agora ter novos colegas de treino em breve. “Há muitas pessoas com deficiência cerebral com perfil para treinar petra. Falta apoio para comprarmos mais equipamentos” destaca Maria de Fátima.
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